A Academia Imperial de Belas Artes
O 1º prédio oficial da Academia Imperial de Belas Artes foi projetado por Grandjean de Montigny (Missão Artística Francesa), tendo sido concluído em 1826 e inaugurado por Dom Pedro I. Em 1829, houve a primeira exposição artística do país, contando com trabalho de Jean-Baptiste Debret, Grandjean de Montigny e Marc Ferrez e seus discípulos.
Meados do século XIX – reinado de D. Pedro II.
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Formação de uma elite intelectual e artística, capaz de garantir a inserção do país no panorama cultural internacional.
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Criação de símbolos nacionais e um imaginário próprio para o país.
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1834: Félix-Émile Taunay (filho de Nicolas-Antoine Taunay) se torna diretor – implantação de prêmios de viagens à Europa.
- 1854: Manuel de Araújo Porto Alegre se torna diretor – mudança no ensino e projetos nacionalistas.
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Muitos artistas voltavam como professores. Sistema fechado: não havia ateliês ou escolas externas.
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Incorporação de ideias dos movimentos artísticos europeus como o neoclassicismo, o romantismo, o realismo, o impressionismo e o simbolismo.
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1850 – 1870: enfoque no romantismo. Temas nacionais, história do Brasil de modo celebrativo, pessoas “importantes”. Principais artistas – Victor Meireles (ex: “Primeira Missa no Brasil” e “Batalha dos Guararapes”) e Pedro Américo (ex: “A Carioca” e “A batalha do Avaí”).
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Grandes telas históricas (romantismo – elementos identificadores de representação da nação) / indianismo (construção da nacionalidade – exaltação e idealização dos elementos exóticos e primitivos).
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Escultura (neoclassicismo) – temática histórica e indianismo. Ex: “Alegoria ao Império Brasileiro”, Francisco Chaves Pinheiro.
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Arquitetura: caráter monumental e neoclássico, derivadas da Academia Imperial de Belas Artes. Discípulos de Grandjean de Montigny, como Justino de Alcântara Barros, Manuel de Araújo Porto Alegre, José Maria Jacinto Rabelo, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Exemplos: Santa Casa de Misericórdia e Hospício D. Pedro II (ambos no Rio de Janeiro); Palácio Imperial (Petrópolis); Palácio Itamaraty (Rio de Janeiro).
Final do século XIX e início do século XX -
Movimentos abolicionista e republicano chegam à culminância. Pensamento positivista – “Ordem e Progresso”.
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Reconhecimento do trabalho do artista como atividade mental – priorizando a parte conceitual, em detrimento da execução técnica.
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Absorção de movimentos europeus como o realismo, impressionismo, simbolismo, fovismo e expressionismo.
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1880 – Grupo Grimm: grupo de artistas paisagistas em torno do pintor alemão George Grimm. Este tornou-se professor na cadeira de Paisagem, Flores e Animais e recusava-se a trabalhar nos ateliês, levando os alunos em expedições para pintura ao ar livre na natureza. Não se adaptou ao sistema e saiu seguido de alguns alunos. Registros românticos. Exemplos: “Praia de Boa Viagem”, Hipólito Caron (busca da cor local); “Trecho da Praia de São Roque em Paquetá”, Giovanni Castagneto (incorporou valores modernos, dentre eles as características do impressionismo).
- Com a República, a Academia se transforma em Escola Nacional de Belas Artes em 1908, apesar de não ter existido importantes mudanças. Prédio novo, na Avenida Rio Branco (Centro da cidade do Rio de Janeiro).
Artistas da República:
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Almeida Júnior – pintor. Exs: “Recado difícil” e “O Descanso do Modelo”. Temática regionalista.
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Belmiro de Almeida – pintor, escultor e caricaturista. Ex: “Arrufos”. Realismo. Chegou a fazer experimentações com pontilhismo e futurismo.
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Rodolfo Amoedo – pintor. Ex: “O Último Tamoio”. Foi professor e manteve vários discípulos. Pintura histórica, retratos, cenas de gênero, cotidiano.
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Eliseu Visconti – pintor. Retratos, paisagens, pinturas decorativas (como no Theatro Municipal do Rio de Janeiro). Realismo, impressionismo, simbolismo e art nouveau.
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Rodolfo Chambelland – “Baile à fantasia”, 1913.
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Georgina de Albuquerque – Ex:“Maria Leopoldina da Áustria em conselho com ministros”. Efeitos de luz e cromatismo dinâmico.
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Rodolfo Bernaderlli – escultor. Realizou obras monumentais em logradouros públicos do Rio de Janeiro e de outras cidades do país. Foi um dos diretores da Escola.
Em 1937, a Escola abrigou o Museu Nacional de Belas Artes. Já em 1976, a agora Escola de Belas Artes, incorporada à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi deslocada para a Ilha do Fundão. Atualmente encontra-se sem prédio próprio, dividindo espaço no edifício da Reitoria, junto à Faculdade Arquitetura e Urbanismo.
A modernização das cidades e o ecletismo
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Crescimento da população, gerando problemas estruturais.
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Com o advento da República, as grandes cidades precisaram passar por reformas.
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Rio de Janeiro, equipe de engenheiros liderados pelo prefeito Francisco Pereira Passos: ruas alargadas e praças arborizadas, como a Avenida Central (hoje, Avenida Rio Branco).
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Cultura de praia.
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Arquitetura eclética (incorporação de elementos de vários estilos) – Exemplo: Theatro Municipal do Rio de Janeiro (inspirada na Ópera de Paris, foi iniciada em 1905 e terminada em 1909, com qualidades técnicas de circulação e acústica; com a participação de artistas como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e Rodolfo Bernadelli na decoração).
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Adoção de equipamentos urbanos com estrutura de ferro fundido: chafarizes, coretos, postes.
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Residências: adoção de jardins frontais.